Essa frase nunca fez tanto sentido para mim como no fatídico domingo, 17 de abril de 2016, quando se votava o processo que dará andamento ao pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Eles, os deputados, “ouviram do Ipiranga às margens plácidas de um povo heroico o brado retumbante” e contrariando os que verdadeiramente lutam pela democracia e contra a corrupção, apagaram “o sol da Liberdade, em raios fúlgidos” que brilhava “no céu da Pátria” naquele “instante”.
Em meio a uma corja de corruptos, rasgavam a constituição e estupravam a jovem democracia brasileira, à vista de todos os cidadãos.
“Se o penhor dessa igualdade que conseguimos conquistar com braço forte,” sangue, lágrimas, lutas e tantas vidas perdidas, desaparecidas, para que “em teu seio, ó Liberdade, desafia o nosso peito a própria morte!”.
Temos muito que pedir desculpas, pois somos culpados por termos eleito aqueles 367 deputados que não souberam honrar os votos dos seus eleitores, que só pensaram em si próprios e nas suas famílias.
Desculpe-nos “ó Pátria amada, idolatrada” e, por favor, “Salve! Salve!” os outros 137 deputados e a todos nós que estamos do lado do povo e da democracia, pois temos consciência de que você, meu Brasil, é um “um sonho intenso, um raio vívido de amor e de esperança que à terra desce”.
Gratidão a todos os movimentos sociais, aos companheiros de militância que acamparam, se mobilizaram e abraçaram a causa para que continue “em teu formoso céu, risonho e límpido” aquela “imagem do Cruzeiro” que “resplandece”.
Gratidão também a todos que são incansáveis seja nas redes sociais, seja nas ruas, de norte a sul, comprovando que o povo brasileiro é realmente um “gigante pela própria natureza” que “és belo, és forte, impávido colosso”.
A luta apenas começou e a jornada é árdua e longa, mas válida, porque precisamos continuar a garantir que “o teu futuro espelhe essa grandeza”, que conquistamos durante os últimos 13 anos com um governo preocupado em governar para todos, tirando da miséria extrema milhões de brasileiros, tentando diminuir essa gritante diferença social que infelizmente ainda nos aflige.
Somos um povo privilegiado, temos riquezas invejadas mundialmente, sabemos que no Brasil tudo que se planta nasce. Aqui é uma “terra adorada, entre outras mil és tu, Brasil” que possui o maior aquífero, a maior floresta, sem falar do nosso pré-sal que tem sido motivo de disputas por muitos que querem surrupiar nossas riquezas e entregarem de graça ao capital estrangeiro.
“Ó Pátria amada!”, saiba que “dos filhos deste solo és mãe gentil” e lutaremos bravamente para que o que é nosso continue nosso, minha “pátria amada Brasil!”.
Jamais permitiremos que esse panorama mude, temos muito a perder caso isso ocorra, esse país tem que continuar “deitado eternamente em berço esplêndido, ao som do mar e à luz do céu profundo”.
Agora mais do que nunca, você adquiriu o respeito mundial e é visto como uma das grandes potências econômicas, por mais que muitos digam o contrário, possui aliados internacionais como a Rússia, a Índia, a China, e a África do Sul que estão juntos na criação do BRICS que começará a operar já no próximo semestre e que tem tirado o sono do tio Sam, porque sabe que “fulguras, ó Brasil, florão da América iluminado ao sol do Novo Mundo”.
Somos um ponto estratégico fundamental e isso causa inveja e uma sabotagem tanto interna, quanto externa, pois mais “do que a terra mais garrida, teus risonhos, lindos campos têm mais flores, nossos bosques têm mais vida, nossa vida no teu seio mais amores” e isso atiça a cobiça alheia.
Você, meu Brasil tem que ser mais respeitado, mais cuidado, você é a nossa “Pátria amada, idolatrada”, proteja e cuide bem desses seus filhos, “salve, salve” a todos! E sendo uma mãe gentil que ama de modo incondicional imploro que seja também uma mãe que impõe limites e seja justa e saiba punir os que a desrespeitam e achincalham a justiça.
Que a injustiça e o ódio sejam vencidos e que você, meu “Brasil, de amor eterno seja símbolo”, pois o amor conseguirá vencer as adversidades e as diferenças e que “o lábaro que ostentas estrelado” com a diversidade de cores, de gêneros, de credos, de opiniões seja dito pelo “verde-louro desta flâmula” que irá imperar a ordem, o progresso e o respeito. E que haverá paz agora e “paz no futuro” para que a “glória no passado” seja lembrada no futuro com orgulho por aqueles que receberão de nós a herança das nossas lutas contra o golpe e das batalhas contra a corrupção para se criar uma nação mais forte, de cabeça erguida e orgulhosa do seu povo que não aceita esse judiciário acovardado e seletivo, que se esqueceu o que é Estado Democrático de Direito, que quer impor um Estado de Exceção e que está conivente com os desmandos de um achacador que se senta na cadeira de presidente da Câmara e que claramente faz manobras e tramoias contra o povo brasileiro.
“Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte”. E por isso, tenho esperança que o judiciário acorde desse coma profundo em que foi acometido.
Então por tudo isso que quando eu digo que ganhei mesmo perdendo, é porque não compactuei, não compactuo e não compactuarei jamais com golpistas, fascistas, preconceituosos, misóginos, sexistas, torturadores, adoradores da ditadura.
Não compactuei, não compactuo e não compactuarei com Cunhas, Temeres e com palhaços que zombam do seu sofrido povo, “dos filhos deste solo és mãe gentil”.
O meu lado fica à margem dessa escória.
O meu lado ó “Pátria amada, Brasil!, Terra adorada”, fica à sua esquerda.
Continuemos a luta! Tomemos as ruas, companheiros!
Imagem: Googleada
