segunda-feira, 24 de maio de 2010

PONTOS DE VISTA...

Domingo final de tarde, friozinho característico do mês de maio, um cheiro de orvalho invadindo a cidade.

Do outro lado da rua, um homem com aproximadamente 37 anos está sentado no passeio, cabisbaixo, mas mesmo assim ao longe é possível avistar algumas lágrimas rolando em sua face.
Uns passantes o observam ao longe, outros passam indiferentes, enquanto outros tentam adivinhar o que possa ter acontecido.
Uma pessoa que estava no local há mais tempo, contou que o homem vinha da direção sul e que do nada se sentou, abaixou a cabeça e se permitiu chorar sem constrangimentos.
O burburinho foi grande, pois as pessoas ainda não estão acostumadas com as lágrimas masculinas sendo mostradas, mesmo que na penumbra.

As suposições eram variadas e iam do trágico ao cômico.
- Brigou com a esposa.
- Não, perdeu o emprego.
- Perdeu algum parente.
- Imagina, é o clássico choro do 'chifre'.
Risinhos abafados.
Todo mundo que se aproximava do grupo de indiscretos observadores, parava e perguntava o que havia ocorrido.
Mas ninguém sabia ao certo.

- Aposto que foi roubado, essa rua está terrível!

Passado um tempo, o homem se levantou, enxugou as lágrimas e já ia pegando seu rumo, quando um dos passantes mais obstinado, correu atrás dele e com um ar meio atrevido perguntou diretamente:
- Ei, moço, o que foi que houve? Tá tudo bem?
O homem meio sem saber o que fazer diante daquela invasão, o olhou e respondeu:
- Poderia estar melhor.
- Mas o que houve? perguntou com um tom ansioso o passante.
- É que acabei de sair do estádio, fui assistir INTER x SÃO PAULO e meu time, o Colorado, perdeu de 2x0.
O curioso rapaz, sem papas na língua e com um riso no rosto respondeu o seguinte:
- Vixi, então acho melhor você guardar um pouco de lágrima, porque em breve tem mais... e girou nos calcanhares e com o riso tatuado na face, voltou para o grupo.
- E aí? um coro o recebeu.
Ele explicou o motivo do choro.
Foi então que vários disseram ter reparado que o homem usava o camiseta do uniforme do Inter.
Todos se despediram, um tanto quanto decepcionados pelo final da história, pois achavam que as suas versões eram melhores.

Isso é um clássico, pois na maioria das vezes esquecemos dos detalhes e esses fazem sempre a diferença!
Muitas vezes achamos mais prático julgar, imaginar, dar o nosso ponto de vista e achar que é o certo, sem antes analisar a situação como um todo.
Todo mundo tem uma visão do ocorrido, cada um de nós tem a sua verdade e o seu modo de pensar e/ou agir, mas para evitar malentendidos e perda de tempo, a melhor solução é sempre o diálogo.
Como diria o Chacrinha:
Quem não se comunica, se trumbica!

PS.: Saudações São Paulinassssssssssssssssssss!!! :o)))))))
PS.: Meus amigos colorados, foi mal... não resisti kkkkkkkkkkkkkkkk, que venha a Libertadores!!!

* Foto Googleada

domingo, 23 de maio de 2010

MEMÓRIA DA PELE...










Minha pele tem memória
E se lembra com detalhes do teu toque
Do teu peso sobre mim
Das carícias para mim

É uma sensação libertária
Quando do nada sinto tua língua
A me percorrer a barriga e outros caminhos

No entanto ela vem acompanhada da ausência
Minha memória está relacionada com falta
A tua.

* Foto Googleada...

terça-feira, 4 de maio de 2010

REJEITO...














Rejeito
A falsidade ideológica
A mentira insincera
A burrice atestada
A tristeza pesada
E o desperdício de ideias

Rejeito
A injustiça tolerada
O preconceito rotulado
A ignorância desmedida
A rispidez nas respostas
E a insensibilidade congênita

Rejeito
O egoísmo infantil
O abandono dos sonhos
A deslealdade dos princípios
O fanatismo doentio
E a covardia permitida

Rejeito
A desorganização interna
O mau humor crônico
A violência gratuita
A dissimulação do 'eu'
E a efemeridade da vida

Rejeito
As ameaças paralisantes
A dor sem analgésico
A angústia ansiosa
O medo herdado
E a ausência altruísta

Rejeito
O arrependimento que castra
A censura na cama
A burocracia dos sentimentos
A culpa ardida
E a incapacidade de entrega

Rejeito
A maldade proferida
A fofoca induzida
A arrogância petulante
A humilhação indulgente
E a alienação ciente

Rejeito
As migalhas de afeto
O erro sem reparação
O fracasso intencional
A insegurança tardia
E a impontualidade do amor

Rejeito tudo aquilo que me agride ou enoja
Rejeito tudo o que me sufoca

CONFESSO...

Confesso que há dias que a saudade se faz mais forte que em outros
Confesso que o amor também
Confesso que muitas vezes te odeio, mesmo que seja por um momento ínfimo
Confesso todavia que é de um jeito fascinante
Confesso que nem sempre sou forte e algumas vezes desanimo
Confesso entretanto que te ter me fortifica
Confesso que me decepciono de quando em quando
Confesso porém que logo me lembro de como é insossa a perfeição
Confesso que sinto falta da tua presença, por mais presente que você esteja
Confesso por outro lado que às vezes o estar só é necessário
Confesso que tenho ciúmes do teu passado, presente e futuro
Confesso arduamente: quiçá até da tua sombra
Confesso que você me acalma, mesmo quando me agita
Que me excita mais ainda quando me instiga
Que me atiça até quando me irrita

Confesso enfim que por ti é amor que sinto.