Pergunta pra tirar muitas noites de sono: O que nos deixa tão assustados em começar uma nova vida?
Essa questão não me sai da cabeça, desde anteontem, quando assisti a um episódio de um seriado chamado 'Brothers and Sisters'.
O diálogo se travava entre a sra. Walker, que é uma senhora na faixa dos seus 60 anos, e seu irmão mais velho.
Ela teria que tomar uma decisão muito importante e radical para ela, a decisão era MUDAR-SE para uma cidade distante 1.200km da sua cidade, para ir recomeçar a vida, ao lado do seu novo amor.
Ela refletindo sobre essa pergunta, que ela mesma fez a seu irmão, disse o seguinte:
_ Sempre cuidamos de todos, menos de nós mesmos...
Nossa, como entendo bem isso; como a entendo bem...
Saindo da ficção e vindo para a vida real.
Tenho que tomar uma decisão muito importante pra mim, mas o 'phoda' das decisões importantes são os seus efeitos colaterais em nós, que temos que tomá-la, mas principalemente nas pessoas da nossa família: mãe, pai, irmão, vó, ... e por aí vai.
Cheguei a um ponto da minha vida que estou precisando de acontecimentos novos, emoções novas, novos ares, rostos, lugares, estou cansada da mesmice e da pasmaceira a qual me condicionei por pura comodidade e por um certo tipo de pressão psicológica a qual me deixei dominar, pelo simples fato que para mim estava bom... é fácil demais se acomodar e só percebemos que estamos fartos de tal coisa, quando descobrimos, ou melhor dizendo, quando nos permitimos conhecer o novo, ousar, ou quando recebemos uma chacoalhada daquelas que nos deixa tonto, de pessoas que nos querem bem e após essa permissão que nos auto concedemos, vem o mais difícil MUDAR propriamente dito.
O que fazer agora?
Mudança interna, é uma batalha constante, onde existem duas pessoas lutando constantemente, no meu caso: EU x EU mesma...
Cá pra nós, EU mesma tá sempre em desvantagem, porque EU insiste em bater o pé e não deixa EU mesma se colocar em primeiro lugar JAMAIS... Ô bichinha teimosa que é EU e ô bichinha cordata que é EU mesma... Como adoraria descobrir um meio para colocar essas duas em sintonia. Mas enquanto não o descubro, voltemos à Sra. Walker.
Em um determinado momento, quando houve um motim dos filhos, para minar a sua decisão, ela enfrentou a todos eles e gritou:
_ Estou fazendo isso por mim, e francamente já era mais do que hora. Como é bom tomar uma decisão por mim mesma, sem pensar nos outros...
Muito lindo, maravilhoso, comovente, pontinha de inveja e sentimento de querer ser assim quando eu crescer.
Deveria ser um pouco mais fácil e sem tantos obstáculos as grandes decisões, mas infelizmente não é, e nos cabe encarar o novo de peito aberto, pés nos chão e o principal, respeitando o nosso ritmo, pra evitar que se torne um momento traumático.
A Sra. Walker deu o primeiro passo, embora no final do segundo tempo, aos 45 minutos, ela voltou atrás, desistiu e resolveu ficar ao lado da família. Tomara que tenha decidido pelo melhor e que mais pra frente ela olhe pra minha decisão e diga:
_ Quando eu crescer, quero ser igual a ela...
Vejamos querida Sra. Walker, vejamos, ainda tenho muito a pensar!
Ah! E sobre a pergunta inicial, acredito que a resposta de quase todos será que: tudo que é novo nos excita e nos mete muito medo, por ter como destino o desconhecido!
Mas nada de pânico! Existe o GPS!!!
Boa sorte pra nós!