quinta-feira, 1 de maio de 2008

I'M LIKE A BIRD...

Antes de começar esse post, preciso contar uma história que aconteceu uns dias atrás em casa.
A família estava reunida no horário do almoço e do nada, por uma fresta do telhado, entrou um passarinho enlouquecido que ficou sobrevoando nossas cabeças de modo rápido e praticamente insano.
A cozinha é ampla, tem uma janela grande e uma porta relativamente larga, e mesmo assim o bichinho se sentia perdido, sem saída e ficou amuado em uma ripa perto do local por onde entrou.
No outro dia, o danadinho ainda se encontrava lá, e só conseguiu sair porque foi ajudado por meu pai.
O passarinho não estava ferido e nem nada.

Não sou psicóloga de pássaros, nem aves em geral, e nem ao menos psicóloga sou, mas a impressão foi de que ele não sabia o que fazer com a sua tal liberdade.
Essa cena ficou gravada porque além de ser algo inusitado, confesso que achei o danadinho um tanto burro. Mas o que eu tenho a dizer é que refletindo a respeito desse episódio, cheguei a uma conclusão, conclusão essa que só fui capaz, pois me encontro na mesma cena, embora o cenário seja outro.
Também estou alvoraçada, perdida. A liberdade é algo que me fascina e ao mesmo tempo me desorienta, me mete um puta medo.
Será esse o paradoxo estendido na areia? É bem provável.

Uma outra lição que pude tirar do passarinho, é que muitas vezes temos 'n' saídas, portas escancaradas e janelas abertas, mas não as enxergamos e o que fazemos? Tentamos encontrar ou ir de encontro com o caminho mais cômodo, ou simplesmente o que nos levou a tal ponto, pois tudo que é conhecido não gera surpresa, mas aí entra o nosso maior engano, pois nos esquecemos que todos os caminhos nos levam a Roma.
Quando nos deparamos com esse tipo de encruzilhada, basta respirar forte e não apavorar e se não for pedir muito se divertir durante o trajeto.
O caminho a seguir será fácil? Provavelmente não. Seguramente encontraremos algumas pedrinhas por ele e eventualmente, podemos até tropeçar e em outras cair, mas como diria minha avó na época dos antigamente, quando eu era criança:

Se caiu, levante porque do chão não se passa. 

E não se passa mesmo.
Cabeça erguida, peito ereto, barriga pra dentro e vamos caminhar ou quem sabe até voar...

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