domingo, 23 de março de 2008

DA BOCA PRA FORA...

Existem duas afirmações que JAMAIS poderiam sair da nossa boca, são elas:

- Nunca mais vou me apaixonar de novo;

- Estou trancada/o para o amor.


De duas uma, ou nos enganamos querendo acreditar nisso, ou apenas nos esquecemos que somos meros hóspedes do nosso corpo.
Quanto menos esperamos, vem uma flecha vindo de todas as combinações possíveis e imagináveis dos pontos cardeais, e nos acertam em cheio.
E o que acontece depois?
O tal vidro, a tal proteção que estava posicionada sobre o coração, parece que some como um passe de mágica, o que foi dito com tanta convicção, fica parecendo uma roba da niente, sim, uma coisa insignificante, pois abaixamos todas as nossas guardas e começamos a ver passarinhos verdes, corações, cupidos a todo momento.

Mas que diabos está acontecendo comigo?

É o que pensamos; e obtemos como resposta uma batida forte do coração dizendo:

- Helloooooooo! Acho que você se esqueceu quem manda aqui!

Esquecer, esquecer não é bem a palavra, é apenas uma tentativa frustrada de burlar esse músculo intrometido, que acha, OPS! que tem cer-te-za que pode fazer e desfazer da gente e dos nossos sentimentos como bem entende.
Sim, eu disse desfazer, porque esse danadinho, quando cisma que encontrou um outro 'Q' a mais em outra pessoa, que irá te completar mais, que a pessoa atual, esse sacaninha sem nenhum aviso prévio, decide que está na hora de inovar, mudar e pede ajuda ao seu comparsa, sr. Cérebro, para ajudá-lo nessa nova empreitada.
A mesma coisa acontece, porém sem tantos efeitos colaterais, se você está solteira/o e não quer se envolver.
Parece pirraça, porque ele vai trabalhando na surdina e do nada TCHANRAN! Tudo fica mais colorido, mais bonito, mais intenso e tudo começa de novo.
Os dois são uma mini-gang, mas com poder de fogo invejado por potências mundias.
O esquema é o seguinte:
O sr. Cérebro através do alto poder de persuasão do seu grande amigo do peito, começa a enviar torpedos ao alvo, também conhecido como hospedeiro. Esses torpedos não são nada mais, nada menos que flashes de pensamentos, imagens, cheiros, sons, usam também uma tecnologia avançada chamada deja vu, e começa a povoar a/o coitada/o da vítima, de forma constante e irritantemente delirante.
Conclusão, você que estava quieta/o, na sua, em paz, acreditando piamente que o que VOCÊ ordenou que aconteceria e que love don't live here anymore, como cantou Madonna nos anos 80, e que você adotou como sua trilha permanente, agora se encontra diante de uma cilada, você acaba de se tornar refém desses dois bandidos de perigosidade altíssima, e o pior de tudo, você descobre que quer pagar resgate, mas para continuar refém do amor.
E nessa meravigliosa confusione, está lá você com os bracinhos erguidos, gritando:
EU ME RENDO! 

quinta-feira, 20 de março de 2008

A DOR QUE DÓI MAIS...

Trancar o dedo numa porta dói. 
Bater com o queixo no chão dói. 
Torcer o tornozelo dói. 
Um tapa, um soco, um pontapé, doem. 
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. 
Saudade de uma cachoeira da infância. 
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. 
Saudade do pai que já morreu. 
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. 
Saudade de uma cidade. 
Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. 
Doem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. 
Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. 
Saudade da presença, e até da ausência consentida. 
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. 
Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. 
Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. 
Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. 
Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. 
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. 
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. 
Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. 
Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. 
Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. 
Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Acho essa crônica da Martha Medeiros, uma verdade absoluta.
Acrescentaria a ela só uma coisa, saudade das coisas que não deu tempo de se viver, porque o fim se precipitou aos fatos.

quarta-feira, 19 de março de 2008

PRATICIDADE x APRENDIZADO...

Vamos ser práticos, já pensou se tivéssemos algumas 'regalias' que o computador possui?
Como seria bom se fôssemos dotados de 3 botões:

* DELETE
* BACKUP
* FORMAT 


Qualquer coisa que não estivesse andando bem, ou pra quando quiséssemos dar um basta em algo que nos deixa mais pra lá do que pra cá, lá iríamos nós direto no botão DELETE , posicionado sobre o coração, um cliquezinho e... ECCO FATTO!
Aquela dorzinha, aquele erro, aquele ato impensado, tudo seria AUTOMATICAMENTE apagado e nenhum resquício remanescente ficaria. Se por ventura fosse detectado algum mal funcionamento, um 'vírus' embutido atrapalhando o nosso funcionamento, um vírus no canal lacrimal, que ataca e não te dá sossego e parece que você vai inundar o mundo, ou no ponto do cérebro que é responsável pelo bom senso... não pensaríamos duas vezes, faríamos o BACKUP daquilo que gostaríamos de manter e FORMAT C: (que sugestivo, não? C de coração, de cérebro...)
HD limpinho, hora de arrumar a casa...


Tudo em ordem e você recomeça tudo de novo.
Com um ajuste no driver de vídeo e o sol voltaria a ter brilho de novo.
Outro no driver de áudio e um simples ruído, já chamaríamos de Bach.

Tudo muito bom, tudo muito prático, mas e o aprendizado entraria onde?
Por mais horrível que seja admitir, a gente só aprender com os nossos erros, e se errar é humano, volto mais tarde.
Porque agora estou indo comprar um estoque de borracha...

terça-feira, 18 de março de 2008

XEQUE-MATE???

Ontem ao escutar STRANI AMORI, uma frase específica ficou ‘martelando’ na minha cabeça:
Grandi amori che finiscono, ma perché restano nel cuore? 
(Grandes amores que acabam, mas por que ficam no coração?)

Se ficam, será que realmente acabou? 
Foi até o último grão? 
Então por que se sofre tanto por algo que teoricamente acabou?
Você sabe, tem plena consciência de que por mais que se queira retroceder, é inviável, uma vez que na prática não funciona como deveria.
Você conhece seus erros, defeitos, ajusta de cá, o outro de lá e a impressão que fica é que o universo conspira contra você.
Uma vírgula dita no lugar errado e KAPLUN! CRASH! O que se construía, rui, vem tudo abaixo, pouca coisa ou nada se aproveita, mas como teimosia pouca é bobagem, estão os dois de novo, na tentativa de fazer dar certo algo que se tenta e re-tenta há anos.
E por que?
Porque nosso coração vagabundo teima com a razão, dizendo:

Foi só um escorregãozinho, e da próxima vez vai dar certo, confie! 

E vem a tal próxima vez e as outras ‘vezeszinhas’ e NADA!
Sabe o que parece?
Que somos peças de um tabuleiro de xadrez, só que num jogo às avessas, onde o objetivo aqui é outro: xeque-mate, está fora de cogitação.

NIDIFICAR...

A semana passada foi punk, muitos conflitos, brigas, desentendimentos, saudade, ódio, fúria, desejo, ciúme, tristeza, e poucos momentos de alegria, aqui um monte de sentimento contraditório se misturou em mim, e engano pensar que se dissolvem e rumam pra algum lugar, porque a verdade é que estou completamente entregue a vários paradoxos.

Preciso desesperadamente de um único momento ao menos de calmaria.
A verdade é que quero nidificar, por que só aos pássaros esse direito?
Quero migrar pra um lugar tranquilo, onde construirei meu ninho com galhos de carinho e afeto, com ramos de aconchego e amor e algumas ervas pra trazer proteção.

Quem traduziria melhor esse meu desejo é o fabuloso Fernando Pessoa, nesse trecho do DESASSOSSEGO:

Eu quero um colo, um berço
Um braço quente em torno do meu pescoço
Uma voz que cante baixo
E pareça querer-me fazer chorar.

Eu quero um calor num inverno,
Um extravio morno de minha consciência,
E depois, sem som, um sonho calmo
Num espaço enorme como a lua
Rodando entre as estrelas. 


Será que estou pedindo demais?
Pois se eu estiver, continuarei pedindo e cada vez mais e mais...

domingo, 16 de março de 2008

BUSCA...

Procuro seu rosto na multidão
Mas é sempre em vão
Gostaria de saber por onde vão seus passos
Porque já não alcanço seu rastro
É muito estranho te buscar
E não te ter
Uma vez que você estava sempre aqui, à mão
Mas agora é tudo diferente
E não existe mais a gente
Por que tem que ser assim?
Isso não é bom pra mim
Será que sente o mesmo, que o mundo não é mais perfeito?
Difícil saber, você se trancou em si
Não te reconheço agora
Talvez por isso não te encontre
Seguir em frente é o que faço
Como se tudo fosse normal
Mas tá tudo tão banal.

IZZF - 15/01/2008

CONFRARIA DOS IDIOTAS...

Tenho a péssima mania de pensar que sinceridade fosse uma coisa que nem seria preciso pedir, uma vez que é algo que deveria ser dado de graça, sem exigências, sem nada em troca, falo isso porque é algo que me é tão natural.
Não uso máscaras, abomino mentira e falsidade, e acabo tendo a tendência a achar que as pessoas sejam iguais e não são.

Até que um belo DOMINGO, aquele mesmo repudiado, a ficha cai.
Antes tarde do que nunca, você pensa, na verdade nem pensa, porque a dor é tamanha que não nos permite raciocinar direito. 
Então começa-se a re-colocação do vidro, a proteção, a carcaça enrijecedora.
E reza pra que nenhuma lasca vá te ferir, porque tá na hora de dar um basta nas cicatrizes.

TÉDIO, com T maiúsculo...

Domingo: por mim deveria ser excluído do calendário.
Vai aí uma dica, por que não 2 sextas? Ou melhor ainda 2 sábados?
Será que só eu acho esse dia um tédio?
Não existe A-B-S-O-L-U-T-A-M-E-N-T-E nada pra fazer.

Televisão
uma falta de conteúdo e de programas que prendem a atenção, e olha que nem gosto de televisão, exceto por filmes, seriados e o BBB, então fico lá eu zapeando de um canal pro outro, procurando uma via de salvação e o que eu encontro? Programas repetidos, futebol de time que nem é o meu, filme do século passado e por aí vai. Ou seja, a TV continuará desligada.

Livro
, uma das minhas paixões, mas quando estou nesse tédio com T maíusculo, não tenho parada pra ficar parada.

Música, já não suporto mais as minhas da família pulsus cortantis, porque estão conseguindo me deixar pior.

Credo! Como estou ranzinza, chata, reclamona.
Fica aqui um pedido de socorro, um SOS, um MAYDAY...
Procura-se alguém pra conversar, mas não um simples alguém, quero alguém que não jogue o que eu disser contra mim...
Alguém sem escudos, armas e munições...
Alguém que tenha na mão esquerda uma bandeira da cor branca...
Alguém que me coloque um sorriso no rosto e me tire essa cara amarrada, esse olhar caído...
Canetas à postos, preencham a ficha de inscrição, um aviso aos navegantes NÃO RASUREM.

sábado, 15 de março de 2008

HIBERNAR...

Hoje tá sendo um dia declarado de inveja aos ursos, queria HIBERNAR.
Deve ser boa essa sensação de dormir e acordar depois de alguns meses, semanas, dias...
Novinha em folha e revigorada.
A pergunta com cara de dúvida que fica, é a seguinte: E os nossos problemas, aflições, tristezas, hibernariam também? Será que seriam resolvidos durante esse estado de coma? Ou voltariam mais intensos, com o despertar?
Quer saber? Seja como for, já valeria a pena, só pela sensação de 'tomada de fôlego' para re-encarar de frente o que ficou em standby.
Estou exausta!

RECORDAR OU NÃO RECORDAR, eis a questão...

Ouvindo: TU RECUERDO, de Ricky Martin com participação de La Mari, do Chambao.

A música é tudo, mesmo que seja com Ricky, mas e daí?
Não sou fã, provavelmente será sua única música que escutarei, mas bendito seja o dia em que fui apresentada a ela.
A letra é o seguinte:

Tu recuerdo sigue aquí, como un aguacero
Rompe fuerte sobre mí, pero a fuego lento
Quema y moja por igual, y ya no sé lo que pensar
Si tu recuerdo me hace bien o me hace mal 


Un beso gris, un beso blanco
Todo depende del lugar
Que yo me fui, eso está claro
Pero tu recuerdo no se va
Siento tus labios en las noches de verano
Ahí están, cuidándome en mi soledad
Pero a veces me quieren matar

Tu recuerdo sigue aquí...

A veces gris, a veces blanco
Todo depende del lugar
Que tú te fuiste, eso es pasado
Sé que te tengo que olvidar
Pero yo le puse una velita a to’s mis santos
Ahí está, pa’ que pienses mucho en mí
No dejes de pensar en mí

Tu recuerdo sigue aquí...

(Piensa en mí) Es antídoto y veneno al corazón
(Te hace bien) Que quema y moja, que viene y va
(¿Tú donde estás?) Atrapado entre los versos y el adiós

Tu recuerdo sigue aquí
Como aguacero de mayo
Rompe fuerte sobre mí
Y cae tan fuerte que hasta me quema hasta la piel
Quema y moja por igual
Y ya no sé lo que pensar
Si tu recuerdo me hace bien o me hace mal

Tu recuerdo sigue aquí
… Le lo lay lelo lelo…
Rompe fuerte sobre mi
Pero que rompe, rompe, el corazón
Quema y moja por igual, sé que te tengo que olvidar
Tu recuerdo me hace bien y me hace mal

E é isso mesmo...
Lembrar é algo que dependendo das circunstâncias nos traz dor ou alegria, saudade e desejo, fúria ou alívio, desespero ou serenidade, às vezes é bom, porque nos coloca um sorriso no rosto, um brilho no olhar, outras nos dá uma melancolia desesperadora e muita ira, daquelas que temos vontade de bater em nós mesmos, pelo simples fato de que nos permitimos continuar pensando... 
Quem dera poder mandar tão eficientemente nos nossos pensamentos.
Se alguém consegue, quer fazer a gentileza de me dar a receita? 

sexta-feira, 14 de março de 2008

RETORNO...

Quatro anos depois e estou retornando pra casa.
Quatro um número tão pequeno, mas elevado a anos se torna uma bela cifra.
Nesse período houve muitas mudanças.
Eita palavrinha que geralmente me dá um frio na barriga, talvez pela sua intensidade, ou porque como boa escorpiana com ascendente em touro, mudança é algo que me dá um certo temor, por fugir um pouco da rotina já conhecida e do controle que muito necessito ter.
E nessa montanha-russa, da qual estou sempre à bordo, cheia de altos e baixos, emoções e decepções, momentos que quero guardar para sempre na memória, e outros que faço questão ou apenas preciso desesperadamente esquecê-los, a vida segue seu rumo, um passo de cada vez, buscando caminhar de acordo com o que me é permitido pelas circunstâncias que se impõem.
Logo eu, uma adepta dos passos largos, me encontro em um período de desaceleração.
Desaceleração de impulsos, de gênio, de atitudes, de sentimentos, de hábitos, de sonhos... buscando incansavelmente me encontrar, ou melhor dizendo, me re-encontrar...
Me sinto perdida ao meio de um mar de acontecimentos, porém sigo buscando o porto pra me ancorar, e quem sabe lá, eu encontre uma paz tão almejada.